Olá a todos!
Mais uma vez, cá ando a fazer das minhas...
La Fureur de Corsets (1809) |
Seguindo o conselho de duas recreadoras que eu muito admiro, decidi recentemente atirar-me de cabeça para um novo projecto - um Regency Corset!
Depois de produzir os meus primeiros Stays (1770 - 1790) fiquei um pouco mais confiante de que poderia mais tarde aplicar os conhecimentos que aprendi (graças à Dona Fátima). E esse dia chegou!
Corset (1811), MET Museum. |
Stays (1825 - 1835), MET Museum |
Eis alguns exemplos do que estou a falar. Estas peças de museu representam o que uma senhora de vestido império usaria para atingir a silhueta idealizada. Trata-se de um corpete deveras único em comparação com outras épocas históricas, já que eram desenhados não tanto para modelar o torso, mas sobretudo para elevar os seios, revelando desta forma a cintura império. O vestido usado com este corpete, cairia de uma forma longa e linear, assemelhando-se a uma coluna - O ideal de beleza na época!
É engraçado notar que em termos históricos estamos a falar de uma diferença de entre duas gerações:
- A mulher de 1780 usaria um full-stays ou half-stays;
- Já a sua filha, em 1810, usaria um regency stays, curto, transicional ou longo (também chamado corset).
Consoante a idade, o corpo e as preferências pessoais, uma jovem rapariga de 14 anos usaria poucas barbas no seu corpete. Bastariam 2 pares de cada lado do fecho com ilhoses, podendo recorrer a um busk para usar à frente. Uma mulher menos jovem, já necessitaria de um regency corset longo, que eliminava a mal-afamada barriguinha, recorrendo a muitas mais barbas, assemelhando-se muito a um full-stays do século XVIII.
No meu caso optei por seguir o molde da Mantua Maker que aconselhava mantermos-nos entre os dois casos - Como por cá se diz, "Nem 8 nem 80!". Isto quer dizer que segui a opção de colocar ao todo 10 barbas e um busk!
E mãos à obra!
Gussets no busto. |
Na primeira fase do trabalho completei e uni todas as costuras pertencentes ao forro. Utilizei um algodão fino, muito macio. Adquirido o jeito de coser as gussets (os triângulos inseridos nas ancas e no busto) foi mais fácil e seguro trabalhar de seguida no tecido propriamente dito.
Comecei por cortar o tecido gentilmente cedido pelo Rafael, um brocado azul, espesso, ideal para este tipo de trabalho. Foi relativamente fácil conjugar o padrão do tecido com as indicações do posicionamento do molde.
Feito isto, cortei simultaneamente uma camada intermédia de algodão que vai posicionar-se entre o primeiro tecido brocado e o forro de algodão.
Unidas todas as partes laterais, foi altura de unir as gussets do busto e ancas ao corpete. Esta é uma parte que é considerada um bocadinho difícil para algumas recreadoras. O que talvez achei mais desafiante, foi o facto de estar a coser com linha branca, o que significa que o trabalho das costuras nos canais para as barbas e sobretudo as gussets do busto, deveriam ficar idênticas umas às outras, já que ficam bastante visíveis.
This is what I am talking about! |
Depois de umas asneiras ditas e feitas na máquina de costura, lá consegui fazer as gussets semelhantes umas às outras. E o resultado por agora é este...
Próxima fase:inserir e coser as barbas!
Tecido de Algodão e linhas: Retrosaria Camilo (Guarda Gare)
Tecido Brocado: Tecidos Santo Condestável
Tecido de Algodão e linhas: Retrosaria Camilo (Guarda Gare)
Tecido Brocado: Tecidos Santo Condestável
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