Embroidered Pocket (1790-1800)



Olá a todos... De novo!


Desde o início deste ano que tenho andado inspirada para bordar. Tive a ideia de preparar uma série de bolsos bordados para algumas das minhas amigas da recriação histórica. 

Comecei por procurar inspiração. Encontram-se uma grande variedade de bolsos do século XVIII, originais e reproduções, com os mais diversos formatos de bordados. O molde dos bolsos tende para o formato de lágrima. Os motivos decorativos são frequentemente florais e lanceolados, mas também datas e nomes.


Pocket (1796). The MET Museum

Também no blog da American Duchess disponibilizam um molde com bordado para este género de bolsos (ver aqui).  

Depois de me inspirar, decidi desenhar o meu próprio molde de bordado. Depois optei por seguir o molde #132 Ladies Bodiced Pettitcoat, Bum Roll & Pockect (1800-1825), vista D.

Comecei assim por aproveitas alguns retalhos de burel que tinha por casa. E iniciei o trabalhos de bordado. 

Moroso! Mas os resultados falam por si...




Terminado o bordado, passei para a fase da costura. Comecei por cortar com o mesmo formato o tecido que iria servir para o forro, um algodão em tom creme.  

De seguida, utilizando uma fita de viés, comecei por unir as dois tecidos (o burel e o forro) no rasgo central do bolso. Um trabalho delicado, mas que com a prática consegui aperfeiçoar.


Por fim, restou unir as duas restantes camadas de tecido com a fita de viés em toda a volta, sem esquecer o cordão em cada lado do bolso.

E Voilá!


E aqui estão mais dois bolsos que fiz, agora entregues em boas mãos.










Tecido de algodão (Forro) linhas e fitas de viés: Retrosaria Camilo (Guarda Gare) 
Linhas de bordar: Anchor

The Red Bonnet (1815)


Olá a todos!

Cá ando eu a magicar das minhas!

A ideia para  este projecto surgiu depois de ter conseguido adquirir algum tecido de seda taffetá em promoção! Uma das cores era um vermelho vivo. Lindíssimo! 

Comecei logo a pensar fazer um chapéu de época, algo mais complexo e mais desafiante em relação aos que já tinha tido oportunidade de fazer.

Comecei por procurar uma imagem que me permitisse "moldar" o modelo ao meu gosto, recorrendo sempre a imagens de peças de museu que me pudessem ajudar.

Women's bonnet (1815). Museum of Fine Arts Boston

Baseei-me neste Bonnet para produzir o meu molde. E assim comecei por desenhar e recortar o molde em papel vegetal.




Para o interior da forma utilizei feltro medianamente compacto (em azul). Iniciei o trabalho a forrar a pala do bonnet. Passei depois directamente para o topo do chapéu. 



Aqui quis primar pela diferença e fazer algo que nunca tinha feito. Realizei um "fuxico" de grandes dimensões a fechar no centro do círculo. Ultimei com a aplicação de um botão forrado com o mesmo tecido. 




Para a forma do cilindro fiz uma série de machos ao tecido. 

Concluída esta fase passei para a decoração. Utilizei apenas quatro itens: duas fitas, uma de cetim vermelho para a base; uma fita de algodão às riscas brancas e vermelhas; e dois botões forrados a cetim branco.



Com a fita às riscas e os dois botões fiz dois laços, aplicando-os de seguida nas laterais, um de cada lado.



Para o forro, utilizei algodão branco e apliquei o tecido franzido ao longo de toda a borda da aba, escondendo as costuras com uma fita de viés. 



Por fim, apenas faltava aplicar umas plumas à obra e ...




Voilá!







Tecido de tafetá e fita de algodão: Rittus 
Tecido de algodão (Forro) e linhas: Retrosaria Camilo (Guarda Gare)
Fita de cetim: Flying Tiger
Botões forrados: O Baú das Linhas




Black Embroidered Spencer (1798-1809)



Costume Parisien (1801)

Olá a todos!

Já há uns tempos que andava mortinha por experimentar os novos moldes que adquiri da Laughing Moon Mercantile, mais concretamente o Pattern #129 "Ladies' Wrapping Front Spencer".  

Este género de casacos, curtos de cintura império, começaram a estar em voga nos últimos anos do século XVIII, prolongando-se na moda até à segunda década do século XIX.

Para o meu projecto, usei um tecido de seda tafetá negro, o mesmo que utilizei para produzir a famosa Reticule .

O corte e o trabalho dos moldes foi bastante facilitado, sobretudo devido à qualidade dos moldes. Tal como indicava nas instruções, este tipo de modelo de casaco assenta muito melhor sobre uma cintura de corpete império. Por precaução deve-se sempre tirar a medida acima da real, dado que se trata de um peça a ser usada por cima de um vestido.

À medida que ia trabalhando, também pensava em formas de decorar o meu trabalho. 


Costume Parisien, pormenores (1799)

Estes bordados, seguindo as costuras laterais das costas! Mais não preciso de dizer, pois não?

E assim foi...




Apesar do trabalho e da paciência exigida, fiquei bastante satisfeita com o resultado. Utilizei cordão de cetim preto, ligeiramente mais escuro e brilhante que a base de seda do casaco, de forma a sobressair. Dá uma vida completamente nova ao spencer!  De forma a valorizar este efeito, optei pelo molde de inspiração de casaco militar para as costas, daí a pequena cauda com pregas.




Não contente apenas com esta decoração, ainda decidi bordar ambos os punhos das mangas. 
Depois foi tratar da gola personalizada às pregas, pregar as mangas, forro e colocar dois colchetes para apertar.


E cá está o resultado!





E que compêndio mais perfeito e adequado eu fui arranjar!




O Rafa é que definitivamente não é lá grande fã...









Tecidos: Tafetá de seda: Nomalism - Tecidos para decoração
Fio de cetim e linhas: Retrosaria Camilo (Guarda Gare)

Hooded Pelisse (1814)


Olá a todos!

Parece que o frio veio para ficar. Altura ideal para produzir um pelisse do período da regência. Esta ideia surgiu depois de me deparar com algumas gravuras que me agradaram.

Costume Parisien (1809)


Costume Parisien (1816)
Um pelisse é um manto com corte império, podendo ter mangas ou aberturas para os braços, seguindo frequentemente as linhas de um típico vestido da época, sendo mais compridos. Quando abotoado, o pelisse não revela o vestido usado por baixo, imitando um vestido completo usado por cima feito em tecido de lã, seda ou veludo. Esta peça de vestuário seria bastante necessária durante a estação fria, sobretudo porque os vestidos, usados por baixo, eram feitos em tecidos muito finos.


La Belle Assemblée, “Opera, Theatre, and Evening Party Wrap. 
Invented by Mrs. Bell. No. 26 Charlotte Street, Bloomsbury.” Dezembro (1814).

Esta imagem mostra uma capa manufacturada a partir de lã proveniente de uma lama fêmea. A leveza deste tecido oferece uma elegância suplementar à figura feminina.  Os contornos das extremidades forrados com pêlo escuro. 

Este tipo de abrigo começa a ser bastante apreciado pelas damas de classe mais alta, constituindo um excelente complemento com os vestido de musseline, sobretudo no inverno! Bem aventurada Mrs. Bell, inventora deste modelo. O excelente comentário e profunda descrição acerca da gravura pode ser encontrada aqui.

Optei por esta palete de cores, adaptando tecidos semelhantes, produzindo um modelo de pelisse, com mangas e, o complemento de um gorro.

Usei o molde da Laughing Moon Mercantile, mais precisamente o "#129 Ladies' Wrapping Fronte Spencer c. 1798-1809". Depois foi só adaptar o molde de modo a encaixar o gorro na zona marcada pela gola, e adaptar o molde de uma saia de vestido, fazendo várias pregas nas costas.

Em tecidos, utilizei uma fazenda rosa clara em lã, pêlo negro, e flanela branca para o forro. 


E o resultado foi este...








 












Tecidos: Mike tecidos
Linhas: Retrosaria Camilo (Guarda Gare)



Shako inspired hat


Olá a todos!

Volto a partilhar convosco mais uma recente criação,  um chapéu feminino estilo Shako. A inspiração para este modelo surgiu na consulta de algumas fashion plates de época, frequentemente associados à moda Riding Habit.


À esquerda, Ackerman's Repository of Arts,"The Glengarry Habit";
À direita, La Belle Assemblèe, "Carriage Costume". (1817).

Estes dois exemplos de 1817 mostram um pouco da enorme variedade de chapéus deste género. Em comum, têm a inspiração militar nas barretinas da época.  


O Rafael a usar uma barretina "stovepipe".
(Fotografia por Carlos Marques)


Durante a Guerra Peninsular, a barretina cilíndrica e de topo plano, foi adoptada pelos exércitos ingleses e seus aliados, inclusive no exército português. Entre 1809 e 1810, com a chegada dos aliados ingleses, as barretinas foram gradualmente sendo substituídas pelo modelo inglês “stovepipe”. Neste modelo deixariam de existir os cordões e borlas, e o penacho passou a ser usado na parte superior frontal da barretina, assim como o laço nacional. Mais informações aqui.

As versões femininas variavam em cores e feitios, apresentando frequentemente aplicações de véus  e várias plumas, mas mantendo a tipologia cilíndrica, podendo ou não ter palas.

Pondo as mãos ao trabalho, para este tutorial comecei por cortar o molde em feltro compacto. Uma pequena particulariedade a ter em conta: recortei de forma arredondada as laterais do chapéu, de forma a criar um efeito ondulado suave, fazendo com que as partes frontais e posteriores permanecessem com mais altura.




Depois de forrado com veludo negro, cosi uma fita de cetim ao longo das extremidades.


Comecei então a pensar na decoração. Resolvi fazer uma roseta a partir  de dois fuxicos sobrepostos, um em cetim branco e outro mais pequeno em cambraia preta.  Como toque final, juntei estiletes em pérola ao centro.



Em segundo, criei alguns desenhos com a aplicação de um cordão de cetim negro. Para me auxiliar a identificar o centro do chapéu, utilizei fita cola, retirando-a à medida que cosia o cordão no lugar que pretendia.




Por fim, restou coser o forro ao chapéu e acrescentar algumas plumas brancas e negras... 

 E voilá!














Cordão de cetim: Aliexpress
Tecido de veludo e cambraia: Miketecidos
Fita de cetim e linhas: Retrosaria Arte&Lã

Fotografias: Carlos MarquesRafael Sanches









Blue Day Gown - Wrapped Gown II (1810-1814)

Olá a todos!          Após ter utilizado  o molde # #130 da LMM  num projote anterior , não demorei muito tempo para o querer utilizar de no...