The Icy Hat with Stalactites (1811)


Olá a todos!  

     Nestes tempos estranhos tenho realizado projetos ora mais básicos (saias para o dia-a-dia tipo new look de 1947, uma nova chemise, chemisette), ora mais exigentes (o spencer vermelho), que me têm permitido manter ocupada. Desta vez, queria fazer algo mais simples, ou pelo menos assim eu o pensava! 

    Comecei relativamente à um mês a trás a sentir saudades de fazer um novo chapéu, utilizando desta vez conhecimentos que ganhei num curso online e também em alguns livros que adquiri recentemente. Comecei por reunir todos os materiais necessários, incluíndo a minha estreia de trabalho com buckram, uma espécie de entretela que seria o núcleo sólido do que viria a ser a base do chapéu.

    Passei à caça de inspiração! Um pouco por acidente, porque estava à procura de uma gravura de 1810 que mostrasse um redingote feminino em cor encarnada (um futuro projeto), deparei-me com esta gravura de Dezembro de 1811.


Costume Parisien (1811). Journal des dames et des modes.

    Fiquei maravilhada! Com o redingote, a data próxima a eventos em que costumo participar, e claro o peculiar chapéu! Bastante complexo em termos de decoração, mas simples no modelo de base. A cor marfim facilitou-me, já que tinha guardado no meu "pequeno/ grande" armazém de tecidos uma seda tafetá exatamente do mesmo tom.  

    Derivada da minha pesquisa  prévia, optei por um molde da Timely Tresses - Historic Millinery, especificamente o modelo de Ophelia Bonnet, formas para 1810 a 1820. Recomendo profundamente este site, e a autora, Dannielle Perry foi extremamente simpática e prestável com todas as minhas dúvidas! 

    O molde vinha com instruções, e foi bastante simples chegar à primeira forma do chapéu. 


    Optei pela aba mais larga disponível (Brim 3), e a coroa e topo correspondente ao modelo stovepipe direito. O passo seguinte consistia em forrar todo o chapéu com flanela de algodão, de forma a alisar qualquer imperfeição da base de buckram.


    De seguida, passei para a seda. No topo da coroa, tal como a gravura, realizei a técnica de fuxico prévio, distribuindo o franzindo por toda a área do círculo.  Depois de forrar todo o chapéu com a seda, passei para a questão complicadíssima da decoração. 


    Não foi preciso inventar muito,  mantive-me o mais próxima possível da figura original. Comecei por fazer as tiras de "estalactites" que se chamam "Van Dyke scollops", uma decoração em zigzag muito típica da última década do século XVIII e que se prolongou pelas primeiras décadas do século XIX. Podem ler mais sobre o assunto aqui.

    Foi fácil coser os estalactites ao topo da coroa, mas não foi tão simples nas extremidades da aba, levando o seu tempo. Não ficou perfeito, mas estou satisfeita com o resultado final.

    Na figura original não se observa o lado esquerdo, pelo que só posso adivinhar o aspeto do laço, e aqui tomei a minha liberdade "artística" (se é que se pode dizer). No final, apenas faltava coser um forro de algodão fino no interior.

E este é o resultado final...







    Por ser todo em branco, acaba por ficar bem com qualquer flor com que queira decorar ou vestuário com que queira usar. É um chapéu versátil, e era essa a minha intenção! 

Algo me diz que este é apenas um de muitos futuros chapéus.








Buckram, fio de seda e arame de millinery e bagas decorativas: Artipistilos Millinery Supplies
Tecido de seda: Rittus (Guarda)
Tecido de forro, fita de viés em cetim: Camilo (Guarda)





Blue Day Gown - Wrapped Gown II (1810-1814)

Olá a todos!          Após ter utilizado  o molde # #130 da LMM  num projote anterior , não demorei muito tempo para o querer utilizar de no...